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Mostrando postagens de 2015

Recursos Internos

Ouço muito a frase "não sei lidar com tal coisa". Penso que quando alguém diz isso quer dizer: "Eu acho que não tenho recursos internos de enfrentamento para esta situação." Talvez não tenha uma referência anterior, nunca pensou sobre o assunto, então fica sem saber como tratar ou passar por esta experiência de uma maneira eficiente.Também vejo nesta frase um desejo de "me tira daqui" eu não sei lidar, então alguém resolva por mim. Um provável pedido de transferir responsabilidade. Eu não escuto: "não sei lidar, mas quero aprender". Penso que é possível aprender e desenvolver recursos de enfrentamento. É uma questão de lógica até. Se eu não tenho e preciso ter, então eu busco. Pode ser em livros, com amigos, grupos de apoio, ou um psicoterapeuta. Já criamos onde buscar recursos, mas vejo muito preconceito e resistência como se precisássemos ter o sofrimento. Para mim isto é tolice. Com a gama de informações que temos hoje sofrer por falta de co

Motivação?

Tenho lido bastante textos motivacionais que incentivam-nos a superar barreiras, parece até que a palavra superação é o tom da moda: como emagrecer, como ter um cargo no alto escalão, como ter barriga de tanquinho, como ganhar medalhas de ouro, como conquistar aquela pessoa especial, e por aí vai. Nada contra esses textos, até gosto e os uso de vez em quando, mas nem todas as metas que estabeleci eu conquistei. E poucos falam sobre isso. No máximo dizem, continue tentando, nunca percam seus sonhos, não desistam nunca! Bom, eu já desisti de algumas coisas e não alcancei outras, E não vi nenhum texto motivacional pra isso... Você pode dizer, mas Nanda, desistir não combina com motivação! Pode ser, mas vai dizer que você realizou todos, todos, os seus sonhos, mesmo, sempre? Livros, revistas, autores, não falam, geralmente, sobre o que deu errado, então ficamos com a impressão de que só a gente foi incompetente em algum ponto. Todo o resto mora no topo da montanha do sucesso. Ah! E tem

Desafio da Época

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Acho que o grande desafio da nossa época é reencontrar o limite dentro da liberdade. Ensinar os pais a serem firmes e amorosos, para que a educação no sentido de formação de conduta pública seja acertado novamente. Há cinquenta anos atrás conseguíamos isso na base do medo e da repressão. Agora temos que encontrar uma maneira de fazer isso sem reprimir ou aterrorizar. Acredito que muito de nossos comportamentos desregrados vem desta falta de orientação e confusão em como passar princípios de conduta sem ferir a liberdade. Equilibrar estas duas ações para termos menos necessidade de ferir ou sermos descuidados com os outros , é essencial ao meu ver. Namasté!

Ninguém sabe o Duro que Dei.

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Há alguns anos atrás me pediram pra falar sobre "inveja alheia, o quanto devemos saber nos colocar no lugar do outro ou mesmo nos vacinar." Bom, este tema da inveja já foi abordado aqui em três textos, mas como repetir é bom para o aprendizado, volto ao assunto, num outro ângulo, o de se colocar no lugar do outro. Penso até que a inveja é justamente a dificuldade de imaginar a vida do outro em sua realidade. Nós a idealizamos, já que não vivemos esta vida, projetamos todos os nossos desejos nela. Como diz o ditado, supervalorizamos a grama alheia. Temos certeza que tudo de bom só acontece onde nós não estamos e então espichamos o olho (obeso) para além de nossa cerca. Se estamos bem e saudáveis emocionalemnte ficamos por aí, só olhando e imaginando. Se não estamos bem, aí tentamos destruir esta "perfeição" que nos ofende. Pode ser com pequenas maledicências ou grandes intrigas, inclusive usando a pólvora mais rápida do oeste: a internet. Nos colocando rea

Da Prioridade das Coisas

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Tem uma passagem na história de Jesus que sempre me instigou. É quando ele diz, para um discípulo, que os pobres vão sempre existir para serem cuidados, mas ele só estaria ali naquele momento e em alguns dias iria morrer, portanto a discípula usar um óleo caro nele, era mais importante que vendê-lo e alimentar os pobres. ( Mateus 26) Fiquei pensando porquê um defensor dos pobres diria uma coisa assim?... Uma resposta que veio foi, a prioridade será sempre a entrega amorosa e sua expressão mais pura. Ao derramar o óleo caro nos pés de Jesus a discípula, note que era uma mulher, estava derramando seu amor e reconhecimento disso, era um ato que cura por si só. Quando todos nós ou pelo menos a maioria de nós estivermos nesta vibração, a pobreza não seria um problema; ela é um problema porque a maioria de nós não nos entregamos à energia compassiva, que era todo o discurso de Jesus. É o "nem só de pão vive o homem". Enquanto estivermos nos ocupando apenas de encher o buc

Todos, a mesma coisa.

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Dia desses num debate acalorado sobre política, que eu estava observando no Facebook, o moderador ao perceber que o assunto estava saindo do foco e entrando numa seara pessoal, disse: "Política é foda!" Fiquei pensando... O que o assunto "política" desperta em nós? Será que é a política a responsável pelo desespero das pessoas? Afinal é só um assunto como outro qualquer. Contudo, parece que desperta algo mais nas pessoas. E o que será que desperta? Penso que algo primitivo, instintual. Talvez territorial. Algo de que nós mesmos não estamos cientes e ao sermos acordados pelo assunto, respondemos automaticamente, como se o complexo fosse involuntário. Respondemos com raiva e agressão, nos destemperamos, ofendemos e perdemos a razão, nos dois sentidos, o pensamento racional e a resposta emocional. Ficamos loucos com uma percepção própria e alienados do contexto. E o que é pior, os problemas concretos qua nos levam a discutir, continuam sem solução. Fiquemos at

Autonomia

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Segundo Susan Page (terapeuta de casais, americana), no casamento acontece, repetidamente, um processo de negociação, no qual se decide quando satisfazer suas próprias necessidades às custas das necessidades do cônjuge e quando satisfazer as necessidades do cônjuge às custas de suas próprias necessidades. Quando ouço esposas é comum perceber essa queixa. As mulheres foram ensinadas a serem abnegadas no casamento e exageram na dose, se doando mais do que podem e recebendo quase nada dos companheiros, já que a maioria dos homens foram ensinados a serem egocentrados (que me desculpem os homens, mas é verdade!). Parece que as mulheres precisam aprender a cuidar de suas próprias necessidades, fazendo o que é certo para si e, sem sacrifícios exagerados, doar-se ao parceiro na medida que podem. Acho que assim é mais possível as esposas não se sentirem tão enganadas e dando mais do que recebem de seus maridos. O truque é sempre ser mais adulto do que infantil nas respostas aos proble

Casamento e Diplomacia

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Algumas vezes um casamento se torna disfuncional. Para uma união dessas, nem sempre se sentir atraído e ter afeto pelo outro bastam. Muitas vezes é preciso ter recursos internos que beiram as técnicas de administração e o trabalho em equipe. Acho que quando uma casamento reúne mais falhas diplomáticas que acordos diplomáticos ele começa a ser uma situação caótica e que gera desconforto e infelicidade nas partes envolvidas. Nestes casos alguns sentem que não estão sendo agraciados em seus desejos. Claro que muitos desses desejos são baseados em fantasias e ilusões e idealizações que não podem ser realizados pelo outros. Penso que quando o calo começa a apertar devemos, nos primeiros sinais, reavaliar nossas ideias sobre casamento, papel do parceiro, o próprio papel. Investigar se não precisa atualizar os conceitos, flexibilizando-os ou mesmo excluindo-os. Costumo dizer que o primeiro passo, pra mim, é realmente conhecer o parceiro, sem ilusões, sem "mas ele/ela deveria

Vaidosa, eu?

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Eu nem gosto de generalizações, mas vou fazer uma aqui. Todo mundo que ser importante, quer ser valorizado. E por isso fazemos coisas inimagináveis ou escondemos informações. Acho que é por isso que temos segredos. Os segredos são a tentativa de esconder os fatos que nos desvalorizam. E quando descobrimos que não somos essa coisa toda que imaginávamos, caímos em desespero. Penso que é por isso que ser "feito de bobo" nos leva a um mal estar tão grande. Quando descobrimos que alguém escondeu algo de nossa astúcia e perspicácia, nos sentimos bestas, ou seja, pessoa de pouca inteligência, o que nos desvaloriza em altíssimo grau. Afinal quem quer ser parvo, ignorante? Temos uma empáfia natural, que quando questionada ou quebrada nos derruba a ponto de deprimirmos. Acho que por isso as "traições" doem tanto, além de percerbermos que não somos o único objeto de atração e afeição do outro, ainda fomos pouco inteligentes de não ter notado o fato. Tiro duplo em nossa

Psicoterapia X Aconselhamento

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Passei alguns anos de minha vida profissional sem entender alguns conceitos de Psicologia. Acredito que a causa disso é a linha tênue destes conceitos. O que é algo pode parecer outra coisa e ficar ainda no meio termo, um pouco lá um pouco cá. Sentiu o drama? Bom, com relação a diferença entre Psicoterapia e Aconselhamento não foi diferente. Elas pareciam a mesma coisa e dizer que um era mais profundo que outro não me ajudava. Até que um dia eu encontrei uma definição própria que me ajudou a entender melhor porque temos dois nomes para coisas parecidas. Eu vi que um aconselhamento se parece muito com uma conversa entre amigos (só que mais estruturada, com hora pra começar e terminar e assunto específico), pois o conhecimento técnico não é exigido em profundidade. Fica assim: temos um dilema ou problema de difícil solução para a gente e pensando sozinho não conseguimos chegar à uma solução. Então pedimos ajuda a um amigo para aquela situação específica, vamos pensar juntos num